quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Workshop "Flores de Livros" no Dia Internacional da Língua Materna

     Na passada terça-feira, dia 21 de fevereiro, a Biblioteca Escolar acolheu mais uma atividade de promoção dos livros e da leitura, desta vez organizada pelas professoras de Português do 2º ciclo do nosso Agrupamento.
     Tratou-se de um workshop dinamizado pela contadora de histórias Cláudia Sousa que nos levou por uma viagem através da língua portuguesa e de outras línguas, com paragens em diversos tipos de livros, desde álbuns ilustrados sem letras nenhumas, passando por livros em que as letras "saltam das páginas" ou os que nos surpreendem pelas histórias fora do comum. Esta viagem realizou-se nesta data, para assinalar o Dia Internacional da Língua Materna e foram várias as línguas que visitámos, com as suas diferentes formas e regras de escrita, que encantaram e causaram espanto pela novidade de algumas descobertas. 
     Participaram neste workshop os alunos do 4º, 5º e 6º ano e no final os alunos do 5ºE até quiseram ficar a ver mais de perto "O Livro Negro das Cores" , uma história contada de forma surpreendente, em Português, Braille e com ilustrações em relevo, para "ver" e ler com os dedos.


 
     A dinamizadora Cláudia Sousa enviou-nos depois uma mensagem em que exprime o que sentiu ao preparar e apresentar esta atividade. Aqui ficam algumas das suas palavras. 
     "Já fiz sessões sobre autores portugueses, brasileiros, galegos, sobre os direitos da criança e direitos humanos, liberdade, ambiente e até sobre disparates, mas língua materna era a primeira vez. Estava a chegar o seu Dia Internacional e havia tanto para dizer e contar.
     A barriga da mãe, a nossa primeira casa, o lugar onde ouvimos os primeiros sons e primeiras palavras. Logo depois a forma como vamos jogando e aprendendo a usar essas palavras, para contar tudo o que vemos e vivemos e também aquilo que imaginamos. Aprendemos ao longo de toda a vida.
     A minha língua materna é a Língua Portuguesa, e já conheci pessoas cuja língua era outra: francês, alemão, mandarim, italiano, norueguês, russo, bambara, línguas berberes…
A escola e a biblioteca devem servir todas as pessoas, e partilhar conhecimento e descobertas, feitas nas mais diversas línguas, nos mais diversos lugares.
     (...)
     Muitos outros livros podiam ter enchido esta mala. Nem tem António Torrado, Álvaro Magalhães, José Ary dos Santos… Mas sinto que apenas um me faltou. Tendo em conta a base que me permitiu ir ao Sátão, o “Auto da Fonte dos amores”, de Carlos Clara Gomes, uma obra de arte que cruza língua portuguesa, ilustração, história e música, com amor. Devia ter estado.
     (...)
     E o tempo passou a correr, com o sol na janela e as cabeças atentas a mergulhar nos livros.
     Obrigada! "

     Também nós agradecemos as palavras inspiradoras de Cláudia Sousa, que trouxe aos nossos olhos e ouvidos uma experiência enriquecedora, com uma luz diferente sobre o objeto "livro", a palavra, a imagem, a escrita e a leitura de outros povos e da nossa própria língua.
    Volte sempre! 
Isabel Almeida

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