quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Balada de Neve

Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.
É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho…
Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.
Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria…
. Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!
Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho…
Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança…
E descalcinhos, doridos…
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!…
Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!…
Porque padecem assim?!…
E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração.
Augusto Gil

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A 1ª viagem da Mala das Histórias no Jardim de Infância de Lamas


     «A Mala das Histórias» também viajou pelas duas salas do Jardim de Infância de Lamas e já chegaram à Biblioteca Escolar as primeiras histórias feitas pelos meninos, com a ajuda  da família, claro!
     Esta Mala levava o livro «Os ovos misteriosos» de Luísa Ducla Soares e dois objetos: uma bola de ping-pong  e um brinco
    A Biblioteca convida-vos a apreciar os trabalhos desta 1ª viagem. A história inspirou os mais pequeninos, mas os crescidos também entraram na rota da imaginação!  


Continuação da História “OS OVOS MISTERIOSOS”
Novo Capítulo:  “MISSÃO DE SALVAMENTO”, 

Depois do jantar, cada um foi dormir para o seu ninho. Na manhã seguinte, ao acordarem, aperceberam-se de que faltava a mãe galinha.
– Para onde terá ido? – perguntou o crocodilo. Ela não estava no seu ninho, nem andava a arranjar comida para a avestruz!
Um a um, todos ficaram preocupados e começaram a procurá-la.
– Mãe? Mãe, onde estás??!! – gritava o papagaio pelos ares.
A irmã serpente meteu-se em todos os buracos mas só encontrou um brinco, perdido no chão!!! A mãe galinha adorava aqueles brincos…!
A avestruz corria de um lado para o outro …e o pinto, de tão triste, já nem se mexia! Determinados a encontrar a mãe, os manos fizeram uma reunião e decidiram procurar na capoeira de onde tinha fugido.
– Será que a dona da mãe a encontrou??? Se calhar fechou-a na capoeira para ela pôr mais ovos???!!! – disse a serpente com ar de vidente!
E lá foram eles, devagar, devagarinho, para ninguém se assustar. E não é que tinham razão?? Lá estava a galinha dentro da capoeira, com a sua madrinha, em cima do poleiro!
Ela bem tentou escapar e a porta descolar, mas nem um bocadinho a fez desandar…. Foi então que, num instante, tudo ficou melhor pois viu à sua frente os seus filhos adorados! Todos diferentes, todos irmãos, todos em busca de uma solução!
- Vamos colocar uma bola no teu ninho, assim a dona vai pensar que já puseste o ovo! Quando ela o vier apanhar, dás-lhe uma bicada e pões-te a fugir! – disse o crocodilo! 
E assim foi… a galinha deu uma bicada na dona, que era muito gordinha de tão gulosa, e saiu a correr. À boleia da avestruz saíram dali a cem à hora e nunca mais ninguém os viu!
– Mas que grande aventura esta missão de salvamento!!!!!!! – disse o papagaio. E, num abraço apertadinho, todos riram de alegria e felizes viveram, todos juntos em família!
                                                                                   FIM….!
                                              Autores: Rodrigo Figueiredo Graça (Jardim de Inf.ª de Lamas)

 e Elisabete Vaz Figueiredo (Mãe)


Uma nova História com personagens d'«Os Ovos Misteriosos»

Era uma vez um menino que gostava muito de jogar à bola com os seus amigos.
Ele morava com os pais e tinha um pinto e um papagaio. Ele também gostava muito de brincar com eles.
Um dia, estava a chover e o menino perguntou à mãe se podia soltar o papagaio um bocadinho. A mãe disse que sim, mas pediu-lhe para ter cuidado. O menino descuidou-se e o papagaio, quando o pai abriu a porta para ir dar de comer ao pinto, fugiu.
O menino começou a chorar muito e pegou no guarda-chuva para ir ver se o papagaio estava ao pé do pinto.
Quando lá chegou, o papagaio não estava e o menino foi triste até casa. Quando chegou a casa, a mãe disse-lhe para não se preocupar.
No dia seguinte, de manhã cedinho, o papagaio estava ao pé da porta. Então ele foi avisar a sua mãe e esta ficou contente.
Então, o menino e os amigos foram jogar à bola.

                                      Matilde Ferreira dos Santos (Jardim de Infância de Lamas),
                                                  com a ajuda da irmã, Diana


«Os Ovos Misteriosos»
(continuação da história)

Um dia, a avestruz, num dos seus passeios à procura de comidinha (daqueles “petisquinhos” de que ela tanto gostava), de repente olhou para o chão e viu um objeto branco e redondinho. Sem demora, agarrou nele e correu a entregá-lo à mãe-galinha.
- “ Mãe, mãe, olha o que eu achei!”
A galinha, quando ouviu isto, pensou:
- “Lá vem a minha avestruzinha com mais um dos seus insólitos achados.”
Mas…ao aproximar-se viu que, afinal, não era um dos achados do costume, mas sim… um “ovo” (pensava ela!).
Como a galinha já estava tão acostumada a chocar ovos estranhos, melhor dizendo, ovos misteriosos, disse:
- “Mais um que vou ter de chocar!”
E lá foi ela para o ninho!
Enquanto isto, a avestruz lá continuava nos seus passeios à procura de mais petiscos.
Eis que um dia… encontrou uma menina. Não era uma menina qualquer! Era uma menina que sabia usar o coração! Onde punha o coração nascia… uma flor, um som mágico, uma borboleta, um sorriso…
Ao ver isto, a avestruz pediu-lhe se poderia ir visitar a sua mãe que estava no ninho a chocar um ovinho.
A menina foi. Qual não foi o seu espanto quando viu que em vez de um ovo era uma bola. Então a menina, voltando a usar o seu coração, transformou a bola em ovo.
E sabem o que saiu do ovo? Querem mesmo saber?
Não foi um papagaio, não! Não foi uma serpente, não! Não foi uma avestruz, não! Não foi um crocodilo, não! Não foi um pinto, não!
Querem mesmo saber o que saiu daquele ovo?
Foi uma linda galinha de água com um brinco de pérolas no bico!

História  inventada por : Sara Rodrigues (Jardim de Inf.ª de Lamas) e a mãe, Carla


CARTA  À GALINHA

                Lamas, 5 de fevereiro de 2013

            Olá, querida galinha:

Eu sou uma das leitoras do livro «Os ovos misteriosos», que é uma história que adorei ouvir.
            Mas, o motivo por que estou a escrever esta carta é para te fazer umas perguntas sobre as coisas que fizeste durante a história que eu ouvi.
            Uma delas é: como os teus filhotes eram todos diferentes, como conseguiste cuidar de todos eles?
            Tu resolveste fugir porque a tua dona te tirava os ovos todos os dias e ainda não tinhas filhos. Se fosse agora tinhas fugido?
            Dentro da carta envio também umas prendinhas para os teus filhotes e para ti: para os teus filhotes uma bola para jogarem e para ti um belo brinco. São apenas umas pequenas lembranças para se lembrarem de mim.
            Espero que possas responder a todas as minhas perguntas e fico à espera que me mandes uma carta com as respostas.
            Adeus!

                                                                          Da tua grande admiradora,
                                                                                                                          Letícia
P.S- Nunca te esqueças de mim.

Letícia Almeida Duarte (Jardim de Infância de Lamas),
 com a ajuda da sua irmã Cláudia



      A Biblioteca Escolar dá os PARABÉNS aos seus leitores mais pequeninos e aos familiares que  leram com eles e os ajudaram a construir tão belos e divertidos textos.
     A escritora da obra original (Luísa Ducla Soares) certamente ficaria orgulhosa de ter inspirado tais maravilhas...

     Quanto à resposta da mãe-galinha à carta da menina Letícia, aguardemos. Talvez em breve ela tenha uma surpresa...!

                                                                          Pela equipa da Biblioteca Escolar,
      a professora bibliotecária,
  
 Isabel Carvalho




quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

«A Princesa Baixinha» coube na «Mala das Histórias» do 1ºciclo!

   Na Mala das Histórias que viajou pelas turmas do 1º e 3º anos, ia o livro «A Princesa Baixinha», de Beatrice Masini, com ilustrações de Octavia Monaco. 
   Com esta obra circularam também dois objetos, uma fita métrica e uma mola, que os alunos e seus familiares foram convidados a fazer participar nas histórias que escreveram.            
   Aqui ficam os trabalhos da 1ª viagem da nossa Mala das Histórias do 1ºciclo.

A Princesa Baixinha
(Continuação da história)

Quando a princesinha regressou da sua longa viagem, depois de ter derrotado o dragão, o bruxo que enfeitiçara os sacos de farinha para a aldeia não ter o que comer e os condores que devoravam tudo o que encontravam na aldeia, ela foi recebida por todos no castelo, como uma vitoriosa. Afinal, ela era pequena mas uma grande lutadora, tanto ou mais que o avô.
A família da princesa resolveu festejar em grande. Elaboraram e mandaram convites para toda a aldeia, com a marcação da data e hora para um jantar, seguido de um grande baile.
A aldeia ficou toda animada, mas com um pouco de tristeza por se lembrarem de que tinham gozado com ela, por ser pequenina.
Começaram os preparativos, as senhoras com os vestidos e os homens com os seus fatos. As costureiras não tinham mãos a medir, também só eram duas, tinham que tirar medidas com a fita métrica e a fila de senhoras era enorme. Mas a euforia da população era tanta que não se importavam de ficar à espera para assim poderem escolher o tecido, medir…
Conforme os vestidos eram acabados, as costureiras esticaram uma corda de uma porta à outra para poderem pendurar os vestidos presos com molas. As pessoas ficaram radiantes.
O dia do baile chegou e a princesinha estava linda e brilhante. Como não guardava mágoas do que antes lhe tinham dito, ela cumprimentava todos e dançava feliz.
Quase no fim da festa o povo todo exclamou:
”Ah, grande princesa!”                                  
 Matilde Rodrigues Moreira e Ângela (irmã) 


A GRANDE PRINCESA GUERREIRA

Era uma vez uma princesa baixinha que foi visitar a avó com o seu pónei, ao palácio, de manhãzinha.
Ela era bonita mas pequena, por isso é que lhe chamavam «a princesa baixinha».
A avó recomendou-lhe que tivesse muita força e coragem para enfrentar os inimigos das outras aldeias. 
A princesa baixinha foi a uma aldeia que estava em guerra e salvou-a com o seu arco e flecha que levava com ela. Uma pequena fita métrica de cento e cinquenta centímetros chegava para medir a pequena princesa, mas não chegava para medir as grandes ações que ela realizava.
Não era preciso ter muita altura para conseguir convencer e agradar aos povos por onde passava.
A princesa guerreira conseguia fazer grandes ações para salvar as aldeias. Ela conseguiu convencer toda a gente que, para ser uma princesa importante, não era necessário ser grande, mas sim ser corajosa para lutar contra os inimigos.
As pessoas das aldeias ficaram muito gratas e contentes com a princesa. Para elas, já não era pequena, mas sim uma grande guerreira! 

História recontada pelo
Gabriel Figueiredo, do 3º ano, e o seu
Pai, Décio Figueiredo.
30/01/2013

O Dragão

Era uma vez uma princesa que era muito pequena.
Toda a gente dizia que ela era muito pequenina e faziam troça dela.
Um dia ela foi visitar a avó e perguntou:
- Por que é que as pessoas fazem troça de mim?
 A avó respondeu:
- Elas não sabem nada. O teu avô era baixinho e fez coisas muito importantes!
Um dia, a princesa foi dar uma volta pela montanha. Levou na mochila um arco, uma flecha, uma moeda de ouro, um pente e um espelho.
Na montanha a princesa encontrou um dragão. Ela quando o viu pegou na flecha e acertou em cheio na barriga dele. Ele começou a gritar com dores. A flecha era pequena e a princesa disse que a dor dele também era pequena.
O dragão fugiu a correr e prometeu à princesa que não voltava a maltratar os amigos dela.
Os habitantes da aldeia ficaram muito contentes e agradeceram com muito amor e carinho à princesa. E nunca mais fizeram troça dela.

                                    Francisco José Dias Santos, (1ºano)
                                            (História recontada com ajuda da mãe, Ana Paula)

A Princesa Baixinha

Catarina era princesa
E vivia num castelo
Era muito baixinha
E tinha o cabelo amarelo

Apesar de ser princesa
Alguns dela troçavam
Só seus pais e sua avó
É que muito a amavam
                                                       
Mas um dia a sua avó
Disse-lhe com muito amor
“Não interessa ser baixinha,
Cada um tem seu valor”

Partiu por bosques e montanhas
Três desertos atravessou
Viveu mil aventuras
Até um dragão assustou

Alimentou uma aldeia
Afugentou um condor
Salvou muitas pessoas
Livrando-as da sua dor

Não é preciso ser alta
Para ser assim valente
Catarina foi corajosa
E voltou muito contente

Foi recebida com alegria
E chamada “Grande Princesa”
Apesar de ser baixinha
É valente com certeza!

História da “Princesa Baixinha”  recontada, em verso, 
pelo Diogo Ferreira, do 3°ano,
 e seu pai, Paulo Ferreira.


     PARABÉNS  a todos os leitores-escritores! A Biblioteca Escolar aguarda por mais histórias inspiradas. 
     Que a imaginação não falte aos nossos VIAJANTES DA LEITURA!...
     E, já agora, também gostávamos de ver belas ilustrações, feitas pela mão dos mais pequenos, que podem ter um dedinho dos mais crescidos...
         
Isabel Carvalho, 
professora bibliotecária





quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Feliz Dia dos Namorados!...


quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013


EÇA DE QUEIRÓS- OS POLÍTICOS E AS FRALDAS





segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Histórias pequenas... ARTES GRANDES


     Os alunos mais pequenos da EBI de Ferreira de Aves, que frequentam o 1º ano, leram o livro de Álvaro Magalhães «Histórias Pequenas de Bichos Pequenos», com a sua professora, Helena Sampaio. 

     É uma obra proposta pelo Plano Nacional de Leitura para a Leitura Orientada em sala de aula e dela resultaram belíssimos trabalhos artísticos, que estão expostos na Biblioteca Escolar.

     Nesta exposição, também podemos ler as primeiras impressões dos meninos que, ao observarem a capa do livro, estranharam ver um hipopótamo... Aqui ficam, para que todos se possam interrogar também e deliciar certamente!  


“É muito estranho porque o hipopótamo é muito grande.” – Christian

“ Se calhar enganou-se a desenhar.” – André

“O hipopótamo devia ser mais pequeno.” – Mariano

“ Mesmo que fosse bebé, o hipopótamo era grande.”- Rui

“ Se calhar queriam escrever histórias com bichos grandes.” – Ana

“ Fez primeiro o desenho antes de escrever.” – Francisco

“Lá dentro do livro deve ter animais pequenos.” – Francisco José

“ Enganaram-se a escrever o nome do livro.” – Mariana

“Queriam desenhar uma formiga e saiu um hipopótamo.” - Simão


 
Se o encontrarem por aí, digam: "Olha que formiga tão grande!"