terça-feira, 6 de março de 2012

O Padre Chico (missionário comboniano) na nossa Biblioteca

Na Semana da Leitura, o Padre Chico esteve na nossa Biblioteca a partilhar as suas vivências de solidariedade na África do Sul. As suas palavras simples, vivas e expressivas remeteram-nos para o prazer de mergulhar em experiências em prol dos outros. Da sua presença e palavra comungámos o sentido da partilha, do acolhimento, da aceitação e da entrega pelos que mais precisam, da nossa atenção, afetos e ações. Foi um momento especial! De vez em quando, temos necessidade de um abanão na nossa consciência e no nosso coração.
Bem haja Sr. Padre Chico! Volte depressa!


Francisco Alberto Almeida de Medeiros tem 59 anos e é natural de S. Miguel (Açores). À mesa é fã de peixe; no desporto, de futebol: é adepto de vários clubes, mas ferrenho do Sporting. Cultiva a simplicidade e a modéstia. Fala e gesticula muito, mas alimenta a paz interior; as zangas são de pouca dura e não guarda ressentimentos; facilmente cria simpatias e põe as pessoas à vontade. Bondoso e trabalhador, faz tudo o que está ao seu alcance para ajudar quem precisa.

O padre Chico chegou à África do Sul em Abril de 1986 e ficou até 1994. Depois de aprender zulu em Bongani, na altura Norte do Transvaal, trabalhou nas missões de Nelspruit (junto à fronteira com Moçambique), Bronkhorspruit, Witbank (em Kwa-Guqa Township – a cidade-satélite negra, durante os anos quentes da luta e dos boicotes contra o Apartheid – e na Catedral), foi promotor da revista Worldwide (uma congénere da Além-Mar), a partir de Witbank e Pretória (Silverton e Lynnwood Ridge), e terminou a sua estada no mato, em Waterval-Bushbuckridge (junto ao Kruger Parque, onde celebrava as liturgias em zulu, shangaan e sepedi). Sempre aceitou mudar para atender a um novo desafio, responder a uma necessidade imprevista ou tapar um buraco aberto pela mudança de algum colega.

Voltou ao país em Outubro de 2000, depois de um tempo em Portugal. Desde então esteve seis meses em Mount Frere (no Sul do país, numa paróquia de língua xhosa) a substituir o pároco e depois em Silverton, na Worldwide, no momento em que o director tinha sido eleito superior provincial. Chegou a Mamelodi em Setembro de 2002, porque a paróquia de S. Peter Claver, da responsabilidade dos Combonianos, ia ficar sem pároco. Em Janeiro do ano seguinte chega um colega para essa função, mas tem de se retirar, gravemente enfermo, logo em Novembro (vem a falecer de cancro em Março de 2005). Desde então fica praticamente sozinho. Desdobra-se em actividades e descansa pouco para poder a todos dar a mão, mas também sabe pedir ajuda e delegar nos muitos colaboradores leigos.

Entretanto, preparou o nascimento da Paróquia S. Daniel Comboni, em Mahube Valley, na periferia de Mamelodi. Construiu o salão polivalente e incentivou a formação da comunidade. Mas já não vai ser pároco. Os títulos também não lhe interessam. Livre e desapegado como é, não se importa de partir para outra e trabalhar numa zona mais remota, com gente ainda mais simples, que é com quem se sente bem. E fá-lo sem dramas e com a humildade e a alegria próprias de quem se sente um servo dispensável.

2 comentários:

ny personal injury lawyer disse...

I like your style: brief and informative. Good job!

Anónimo disse...

Adorei assistir, pois foi muito interessante para poder ficar a saber mais sobre a vida em África.