terça-feira, 28 de maio de 2013

Escritor Mia Couto ganha Prémio Camões

Por Sérgio C. Andrade - 27/05/2013, in Jornal PÚBLICO

Prémio, que tem o valor de 100 mil euros, foi anunciado ao princípio da noite desta segunda-feira no Rio de Janeiro.

O vencedor do prémio literário mais importante da criação literária da língua portuguesa é o escritor moçambicano autor de livros como Raiz de Orvalho, Terra Sonâmbula e A Confissão da Leoa. É o segundo autor de Moçambique a ser distinguido, depois de José Craveirinha em 1991.O júri justificou a distinção de Mia Couto tendo em conta a “vasta obra ficcional caracterizada pela inovação estilística e a profunda humanidade”, segundo disse à agência Lusa José Carlos Vasconcelos, um dos jurados.
A obra de Mia Couto, “inicialmente, foi muito valorizada pela criação e inovação verbal, mas tem tido uma cada vez maior solidez na estrutura narrativa e capacidade de transportar para a escrita a oralidade”, acrescentou Vasconcelos. Além disso, conseguiu “passar do local para o global”, numa produção que já conta 30 livros, que tem extravasado as suas fronteiras nacionais e tem “tido um grande reconhecimento da crítica”. Os seus livros estão, de resto, traduzidos em duas dezenas de línguas.
Do júri, que se reuniu durante a tarde desta segunda-feira no Palácio Gustavo Capanema, sede do Centro Internacional do Livro e da Biblioteca Nacional, fizeram também parte, do lado de Portugal, a professora catedrática da Universidade Nova de Lisboa Clara Crabbé Rocha (filha de Miguel Torga, o primeiro galardoado com o Prémio Camões, em 1989), os brasileiros Alcir Pécora, crítico e professor da Universidade de Campinas, e Alberto da Costa e Silva, embaixador e membro da Academia Brasileira de Letras, o escritor e professor universitário moçambicano João Paulo Borges Coelho e o escritor angolano José Eduardo Agualusa.
Também em declaração à Lusa, Mia Couto disse-se "surpreendido e muito feliz" por ter sido distinguido com o 25.º Prémio Camões, num dia que, revelou, não lhe estava a correr de feição. “Recebi a notícia há meia hora, num telefonema que me fizeram do Brasil. Logo hoje, que é um daqueles dias em que a gente pensa: vou jantar, vou deitar-me e quero‑me apagar do mundo. De repente, apareceu esta chamada telefónica e, obviamente, fiquei muito feliz”, comentou o escritor, sem adiantar as razões.
O editor português de Mia Couto, Zeferino Coelho (Caminho), ficou também “contentíssimo” quando soube da distinção. “Já há muitos anos esperava que lhe dessem o Prémio Camões, finalmente veio”, disse ao PÚBLICO, lembrando que passam agora 30 anos sobre a edição do primeiro livro de Mia Couto em Moçambique, Raiz de Orvalho.

Bibliografia 
Nascido em 1955, na Beira, no seio de uma família de emigrantes portugueses, Mia Couto começou por estudar Medicina na Universidade de Lourenço Marques (atual Maputo). Integrou, na sua juventude, o movimento pela independência de Moçambique do colonialismo português. A seguir à independência, na sequência do 25 de Abril de 1974, interrompe os estudos e vira‑se para o jornalismo, trabalhando em publicações como A Tribuna, Tempo e Notícias, e também a Agência de Informação de Moçambique (AIM), de que foi Diretor.
Em meados da década de 1980, regressa à universidade para se formar em Biologia. Nessa altura, tinha já publicado, em 1983, o seu primeiro livro de poesia, Raiz de Orvalho.
Em 1986 edita o seu primeiro livro de crónicas, Vozes Anoitecidas, que lhe valeu o prémio da Associação de Escritores Moçambicanos. Mas é com o romance, e nomeadamente com o seu título de estreia neste género, Terra Sonâmbula (1992), que Mia Couto manifesta os primeiros sinais de “desobediência” ao padrão da língua portuguesa, criando fórmulas vocabulares inspiradas da língua oral que irão marcar a sua escrita e impor o seu estilo muito próprio.
“Só quando quis contar histórias é que se me colocou este desafio de deixar entrar a vida e a maneira como o português era remoldado em Moçambique para lhes dar maior força poética. A oralidade não é aquela coisa que se resolve mandando por aí umas brigadas a recolher histórias tradicionais, é muito mais que isso”, disse, na citada entrevista. E acrescentou: “Temos sempre a ideia de que a língua é a grande dama, tem que se falar e escrever bem. A criação poética nasce do erro, da desobediência.”
Foi nesse registo que se sucederam romances, sempre na Caminho, como A Varanda do Frangipani (1996), Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra (2002 – que o realizador José Carlos Oliveira haveria de adaptar ao grande ecrã), O Outro Pé da Sereia (2006), Jesusalém (2009), ou A Confissão da Leoa (2012). A propósito dos seus últimos livros, o escritor confessou algum cansaço por a sua obra ser muitas vezes confundida com a de um jogo de linguagem, por causa da quantidade de palavras e expressões “novas” que neles aparecem.
Paralelamente aos romances, Mia Couto continuou a escrever e a editar crónicas e poesia – “Eu sou da poesia”, justificou, numa referência às suas origens literárias.
Na sua carreira, foi também acumulando distinções, como os Prémios Vergílio Ferreira (1999, pelo conjunto da obra), Mário António/Fundação Gulbenkian (2001), União Latina de Literaturas Românicas (2007) ou Eduardo Lourenço (2012).
Nas anteriores 24 edições do Prémio Camões, Portugal e Brasil foram distinguidos dez vezes cada, a última das quais, respetivamente, nas figuras de Manuel António Pina (2011) e de Dalton Trevisan (2012). Angola teve, até ao momento, dois escritores citados: Pepetela, em 1997, e José Luandino Vieira, que, em 2006, recusou o prémio. De Moçambique fora já premiado José Craveirinha (1991) e de Cabo Verde Arménio Vieira (2009).
Criado por Portugal e pelo Brasil em 1989, e atualmente com o valor monetário de cem mil euros, este é o principal prémio destinado à literatura em língua portuguesa e consagra anualmente um autor que, pelo valor intrínseco da sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do património literário e cultural da língua comum.  (Recolha feita pela Professora Elisabete Moreira)

sábado, 25 de maio de 2013

Encontro com Filomena Gonçalves... e «O Mundo Misterioso de Guta»

     Na passada 5.ª feira, dia 23 de maio, o Agrupamento de Escolas de Sátão teve o privilégio de poder receber a escritora e atriz Filomena Gonçalves, para a apresentação do seu primeiro livro, «O Mundo Misterioso de Guta». 
     Os alunos do 7.ºF, da EBIFA,  participaram na primeira de duas sessões que decorreram na Escola Básica Ferreira Lapa, (das 14h00 às 15h15) e na Escola Secundária Frei Rosa Viterbo ( das 15h30 às 17h00»  onde estiveram todas as turmas do 7.º ano do Agrupamento e algumas do 5.º ano da EBFL, acompanhadas pelos respetivos professores.
     Alunos e professores puderam conhecer mais de perto esta conceituada atriz, colocaram-lhe diversas questões sobre o seu primeiro livro, mas também sobre o seu trabalho no mundo sempre fascinante da televisão e do teatro. 
      No final do encontro, houve lugar aos esperados autógrafos e a escritora também recebeu um livro como presente: a professora Rosa Quinteiro ofereceu-lhe gentilmente a sua primeira obra recentemente publicada, e que também já conheces - «EstrelaMar e Golfilhote».



sexta-feira, 24 de maio de 2013

Os Melhores Leitores continuam invencíveis!

       Durante o 2º período, «Os Pontos da leitura» continuaram a contar com 31 leitores participantes, que realizaram 79 fichas de leitura, registando-se um ligeiro aumento em relação ao 1.º período. Todos receberam um certificado de participação e alguns miminhos (marcadores de livros, material escolar,...).
       Os vencedores de cada ciclo foram apurados e... continuaram a ser:

1º ciclo - o Diogo Ferreira do 3ºano
2º ciclo - a Catarina Fontinha do 6ºF 
3º ciclo - a Marta Figueiredo do 9ºH

      A equipa da BE aproveita para dar uns PARABÉNS muito especiais à Marta do 9ºH que desde o início desta atividade, há três anos,  tem sido sempre a melhor leitora do 3º Ciclo!

As participantes do 6ºF e a vencedora do 2.º ciclo, Catarina

PARABÉNS, Marta, por seres uma verdadeira amiga dos LIVROS e da BE!

sexta-feira, 17 de maio de 2013

«A Mala das Histórias» e «Um Sonho no Fundo do Mar»

      N'«A Mala das Histórias», que tem viajado muito entre os alunos do 5ºF e 6ºF, mergulhou a obra «Um sonho no fundo do mar», da autoria de Mª da Conceição Galveia Ferreira. Para despertar a imaginação dos alunos e familiares que participaram nesta atividade, a Mala levou uma fita métrica  e uma mola.
     Vejamos as histórias que nasceram com a ajuda da Mª João e da Lara do 5ºF e da Leonor do 6ºF.



«Um Sonho no Fundo do Mar»
Continuação do capítulo: «Uma brincadeira de péssimo gosto»

         …com a crise de asma da amiga, o grupo uniu-se ainda mais. Deram conta de que não havia necessidade de haver tantos ódios nem tanto racismo, que todos unidos poderiam lutar para a resolução da poluição provocada pela fábrica. Assim, lá na aldeia toda a gente poderia viver melhor e de forma mais saudável.
        Para isso, o Cláudio foi o primeiro a falar com os pais para se tomar uma atitude, de modo a que a fábrica reunisse todos as condições necessárias para um bom funcionamento e para que estivesse tudo previsto no seu regulamento, para uma menor poluição.
        Todos em conjunto elaboraram um plano para agirem contra a poluição na aldeia.
       A aldeia toda colaborou, até os gerentes da fábrica acharam a ideia brilhante e meteram mãos ao trabalho. Finalmente, estava tudo resolvido dentro de toda a legalidade, coisa que antes não se verificava.
         Toda a gente da aldeia se uniu e organizou um lanche para todos, em homenagem à brilhante ideia do grupo dos amigos. Este foi feito numa bela paisagem à beira do rio.
         A partir daí todos os amigos ficaram mais unidos ainda e deram mais importância à amizade. E concluíram que todos juntos poderiam mudar o mundo, para uma vida melhor e mais saudável.

  Maria João Moreira Lopes 5º F Nº 13
       Com a ajuda do irmão João Pedro Lopes (8ºG)

Um Sonho no Fundo do Mar
Continuar a história do livro lido…

Atlânticos
            Kazz ficou tão contente que resolveu convidar-me, a mim e aos meus amigos, para visitarmos Atlânticos.
Ficámos radiantes com a ideia, marcámos encontro com Kazz no dia seguinte às nove horas na praia.
Letícia estava um pouco receosa com a ideia de embarcar nesta aventura, tinha medo que nos acontecesse alguma coisa, mas lá a convenci de que ia ser um dia inesquecível, se não fosse ia arrepender-se de certeza.
Às nove horas em ponto, lá estávamos nós na praia. A Letícia vinha radiosa com um vestido azul lindíssimo, os rapazes ficaram de boca aberta a olhar para ela.
Finalmente, entrámos para a nave submarina de Kazz. A viagem foi fantástica e, apesar de ser a segunda vez a fazê-lo, adorei cada minuto: o oceano estava mais limpo, as águas estavam mais cristalinas, deu mesmo para notar a diferença.
Quando entrámos na cidade, o governador de Atlânticos, Thor, apareceu para nos receber. Estava uma grande festa preparada à nossa espera.
Dançámos, comemos e jogámos à bola com os jovens de Atlânticos. Houve um jogo que Kazz nos ensinou e que se chamava “a mola persegue a fita métrica”. O jogo começava com a fita métrica estendida numa mesa e tínhamos de andar sempre a carregar na mola para ela saltar. Era um jogo divertido. É claro que fui a vencedora!!!
 Foi um dia de grande diversão no fundo do oceano, na cidade de Atlânticos.

                          Trabalho realizado por:

A aluna: Lara Amaral dos Santos 5º F nº 7
                                                 A mãe: Filipa Isabel dos Santos Amaral   

«Um sonho no fundo do mar»
Uma história nova, com alguma(s) personagem(ns) do livro lido.
                                                   
       A minha cidade estava a ficar cada vez mais poluída com os fumos das fábricas e eu estava a sentir-me mal naquele ambiente .
Passado algum tempo, o telefone tocou e lá fui eu atender. Era o tio Albano, a perguntar-me se eu queria ir lá passar umas semanas agora nas férias de verão. Eu disse logo que sim, claro, e perguntei se podia levar uns amigos. Então pensei em levar o Miguel, o Bruno, claro, o amor da minha vida, o Fábio, Pedro, a Letícia e o Cláudio .
Passados uns dias lá fomos todos para a quinta do tio Albano. Ele é muito atencioso, brincalhão e educado.
Quando chegámos, a minha tia foi mostrar-nos os quartos: eu fiquei com a Letícia e a Joana num quarto e o Bruno e o Miguel ficaram no quarto ao lado e logo a seguir, noutro quarto, ficou o Pedro e o Cláudio.
De seguida mostrou-nos os campos, os animais, a piscina grande do quintal, os lagos com peixes e patos, o rio que corria pela quinta, de água límpida, de uma brancura incomparável às águas que havia na cidade onde vivíamos, os pomares com fruta viçosa e perfumada, e tantas outras coisas!...
Adorei a quinta e a sua beleza natural era incomparável à da cidade. Depois de um dia em cheio fomos descansar.
De manhã cedo, o Bruno foi-me chamar ao quarto e levou-me até ao jardim onde estava uma mola com o número nove: tinha pendurada uma folha que dizia “Eu adoro-te “.
A partir daí ficámos namorados e felizes e finalmente dediquei-me ao meu sonho que era ser designer de moda. Mas para isso a minha tia ensinou-me a coser e a medir com a fita métrica e relembrou-me que saber usá-la era muito importante, para verificar e tirar as medidas das roupas.
Um dia mais tarde tornei-me uma verdadeira designer de moda, muito bem sucedida.

Trabalho realizado por: Leonor Rebelo, 6ºF
 e Tânia Rebelo (irmã).
    


sexta-feira, 3 de maio de 2013

Ser Mãe...

" ... Ser mãe
É amar
Antes de o ser!
É sentir orgulho
No ventre
Que vai crescer!
Ser mãe… não é parir
É muito, muito mais,
É amar… dar
Sofrer … perdoar!
É mentir para salvar!

Mas… ser mãe
Também é receber.
É colher o amor
Que semeou!
É sentir o amor
De quem sempre amou!
Ser mãe …é correr,
Antes de ser chamada.
Beijar … antes de ser beijada.
Perdoar… ainda que nunca
Seja perdoada!..."

Cly

Momento de Poesia com Guilherme Gomes!...




Caros (as) Alunos (as):


No passado dia 19 de abril, o Cine - Teatro do Sátão encheu-se com a vossa presença para receber Guilherme Gomes, um jovem talento e que nutre uma enorme paixão pela poesia. Notámos que para o nosso génio, declamar é um acto que o encanta por dentro e que o põe a “cantar” por fora na sinfonia das palavras e das emoções. O Guilherme ofereceu-nos um excelente momento de declamação, caracterizado pelo rigor e pela expressividade. As palavras ditas tornaram pública a sua interioridade, a simpatia pelo poeta Fernando Pessoa e seus heterónimos, a sábia arte de representar e o saber estar em público. A interacção com todos vós não podia ter sido melhor e a recepção foi igualmente fantástica. Foram momentos únicos e contagiantes. 

O Guilherme deixou-vos um desafio! Tratem a poesia dos nossos poetas e poetisas com arte, emoção e,  com um pouco, de magia!

Bem-haja por terem aparecido!
 

quarta-feira, 1 de maio de 2013

O que ficou desta Semana «Em Maré de Leituras»...

     Durante a Semana da Leitura deste ano, a BE encheu-se de cores, figuras e sons marinhos. A decoração alegrou o espaço e convidou a um mergulho diferente na LEITURA.
     Estiveram expostos vários provérbios alusivos ao Mar e livros com esta temática, de ficção, poesia  e informação.
     Cada turma recebeu  símbolos marinhos,cada aluno decorou o seu e escreveu uma mensagem sobre o mar, a leitura...Agora podemos ver estes «cardumes» especiais a flutuar pela BE.

E foi assim na BE, «Em Maré de Leituras»... on PhotoPeach

     Também esteve exposto o trabalho com que o Jardim de Infância de Lamas participou no concurso «Ler o mar», promovido pelo PNL. A história que lhe serviu de ponto de partida foi « À Procura de Nemo», que todos conhecemos.
     Podes ver este trabalho na sua forma completa, tal como foi enviado para o júri, no seguinte link: